A clássica de Vila do Conde/Fátima está sempre presente na mente de um Papaléguas. Este ano não foi excepção e embora com menos protagonistas, por vários factores externos ao ciclismo, os 16 Papaléguas que à partida se apresentaram fizeram de um dia que para muita gente não passa do 1º sábado de Julho, um dia diferente, cheio de convívio e boa disposição entre ciclistas e família que os apoiaram.
Portanto às 6 horas da manhã de um dia com algum nevoeiro, juntou-se um pequeno pelotão de ciclistas, carros de apoio e repórter especializado, João Brites que nos acompanhou numa primeira fase do percurso. Esses mesmos fizeram-se à estrada passando por Gião, onde um 2º grupo de ciclistas, inclusive 3 elementos do ASC/Vila do Conde, e carros de apoio se juntou, seguindo para a última paragem para a foto de grupo, já nas Guardeiras, Maia, onde os últimos elementos acabaram de formar este colectivo.
Com o pelotão todo formado assim seguimos viagem rumo a Sul, para enfrentarmos…digamos…um sector de pavê?! Pois é, foi o que leram…passar na cidade invicta, Porto, trata-se de um “aperitivo” de sector de pavê, com paralelo bem irregular em certas zonas, curvas e contra curvas até à ponte D. Luís, mas onde antes cruzamos os Carvalhidos, a avenida dos Aliados, entre outros pontos de referência…trata-se de acordar os ciclistas, já que saímos bem cedo da cama. Após a dita ponte seguimos a marginal de Gaia, acompanhados à nossa direita pela famosa ribeira do Porto. Bem agradável!
Uns quilómetros depois um outro grupo juntou-se a nós o que deu asas a que o ritmo inevitavelmente subisse até parámos no café em Estarreja…para o cafezinho matinal. Penso que esta paragem foi o único contra-tempo que tivéramos, onde uma infeliz notícia nos chegou do falecimento do sogro do Orlando Poças, o qual teve que juntamente com a esposa abandonar a viagem e regressar com Carlos Aires, este que se voltou a juntar a nós já na Figueira da Foz. Após este triste abalo, seguimos viagem ainda com o acompanhar da neblina mas com o tempo a ir aquecendo e já com a Figueira da Foz na mente. Com as longas rectas que antecediam a chegada a essa cidade, o tempo começou a abrir e com isso veio o calor e uma certa ansiedade de chegar ao merecido piquenique. Mas o piquenique só chegou depois de uma ligeira subida na qual se destacaram alguns Papaléguas, juntamente com 3 elementos do ASC/Vila do Conde. Após essa subida tivemos uma descida bem agradável e na qual se ganha novo folgo e onde se vê ao longe a ponte sobre o rio Vouga, onde seguidamente se curva à direita, após passar uma rotunda, para o parque de merendas. A chegada ao parque foi no mínimo hilariante pois o Francisco Viana vez questão de “afocinhar” a roda dianteira da sua bottecchia num buraco perto da vedação do parque…momento inesquecível!
A hora de almoço foi bem passada e já com os bidões atestados e algumas barrinhas no bolso seguimos viagem, enfrentando novamente longas rectas e algum calor que se fazia sentir. Até Leiria tudo calmo com o almoço a assentar e com uma breve paragem, já à sombra de uma ponte à entrada dessa mesma cidade. Rapidamente cruzamos a cidade até um curvar à direita que demarca o início da última e maior dificuldade, não pelas inclinações que não são nada de extraordinário, mas sim pela distância da subida e do ritmo imposto. Com um grupo de ciclistas a evidenciarem-se na frente, Domingos Barbosa, Carlos Aires, Luís Azevedo, Afonso Matos, Ester Alves, Tiago Bompastor e os 3 elementos do ASC/Vila do Conde, Francisco, Diogo e Paulo, rolou-se, na maior parte do tempo dos 12km iniciais da subida, a um ritmo acima dos 35km/h. Com tal ritmo ninguém ousou tentar sair e fazer diferenças, senão que Francisco e Paulo saem em sintonia para ganharem uma distância considerável para não mais serem apanhados. O resto do grupo seguiu compacto até à viragem à direita, para Fátima, na qual eu tentei mexer no grupo, saindo e levando comigo Diogo, o qual voltou a aumentar o ritmo, uns metros à frente, deixando-me para trás para tentar juntar-se ao dueto que à frente seguia. Perante isto mantive o ritmo esperando pelo trio que atrás ficara juntando-me novamente a eles. Tentei acompanhar embora descola-se algumas vezes até acabar por terminar já sozinho. Penso que a chegada se fez da seguinte forma: Dueto Francisco e Paulo seguido por Diogo…uns metros mais atrás o trio, Carlos Aires, Afonso e Domingos seguido por mim (Tiago)...um pouco depois a Ester e uns metros atrás o Luís. O resto do grupo foi chegando alguns sozinhos outros em dueto, mas penso que se deve salientar o facto de que enquanto nós, mais jovens, fazemos relativamente bem este tipo de tiradas, os mais veteranos também o fazem…com um pouco menos de facilidade…mas o que é certo é que o fazem e mostram que não são factores externos ao domínio do ser humano, que os fazem desistir destes desafios a que os próprios se sujeitam e com isso tal sentimento de concretização e conquista é muito mais forte e gratificante do que qualquer dor de pernas.
Depois de um bom banho reconfortante, demos uma voltinha pelo santuário e seguimos caminho de volta. Mas não só de bicicleta os Papaléguas vivem e por isso, no regresso como já é tradição parámos no “Virgílio dos Leitões”, penso que seja o nome do restaurante, para comer o tão falado e já famoso leitão da Mealhada. O convívio foi óptimo, todos comemos, bebemos e infelizmente também pagámos. Com o início da noite seguimos caminho de regresso em direcção a Norte de volta para descansarmos de um dia bem passado e que ficará registado em todos nós.
Um abraço e que se possa repetir isto mais vezes ao ano,
Tiago Bompastor
Venham as fotos e os filmes, estou à espera!