Eis que é chegado o dia para que todos os PAPALÉGUAS se preparam, uns mais, outros menos, conforme as possibilidades de cada um, em conjugação com a sua vida profissional.
Bom, claro que há aqueles que têm todo o tempo do mundo e só é pena que esta disponibilidade venha sempre mais tarde do que se gostaria.
Já agora quero, antes do relato propriamente dito referir que no passado dia 27 de Junho, alguns, nomeadamente eu, Né Vieira (e desta vez não me esqueci), Rocha, Zé Carlos, Tiago, Fernando efectuamos um treino de preparação de cerca de 200 km, ou seja, Vila do Conde/Tui, um treino internacional, está bem?
E digo-vos uma coisa, o regresso, Tui/Vila do Conde foi terrível, sempre contra o vento. Acontece que, quando paramos em Caminha, à ida, para um cafezinho, não sei como, dei um jeito nas costas, o que me impediu de, nesse Domingo dia 28, comparecer às 8 horas no local do costume.
Nesse mesmo Sábado 27, também o Domingos e o Carlos Barbosa fizeram um treino específico entre Vila do Conde/Vila Nova de Cerveira/Vila do Conde.
O Carlos Aires, como já aconteceu o ano passado é que não fez a coisa por menos, ou seja, antes da tirada deve-se ir reconhecer o percurso. E assim, no Sábado anterior foi mesmo ao Santuário. Duas seguidas … não é para todos!...
Às seis da matina do tão aguardado dia 4 de Julho começaram a aparecer frente à Igreja Matriz de Azurara os primeiros atletas para esta nossa clássica tirada:Tiago, Mário Bompastor (o próprio), Carlos Alberto, Rocha, Né Vieira, Viana e seu filho Francisco, Zé Carlos, José Melo, Luís Azevedo, Afonso, Domingos e Carlos Barbosa e o António “Caxineiro”, a quem aqui quero dar um puxão de orelhas por, como o costume, resolver tudo à última da hora. Enfim…
Em Soutelo entraram também no “comboio” o Carlos Aires, Quim Alheiro e Paulo. E lá fomos nós em direcção ao Santuário.Pena foi que, ao atravessarmos o Porto, o azar viesse bater à porta do nosso amigo Rocha com uma avaria mecânica inultrapassável. Soltou-se o pedal esquerdo, o que o impediu de prosseguir viagem.Para ele o nosso abraço de solidariedade e meu amigo … há mais marés que marinheiros, por isso, não vai ser um simples pedalzinho que nos vai impedir de fazer novas e longas tiradas, ai não vai, não!...
Na passagem pela marginal de Gaia juntou-se a nós o Sr. Casimiro e mais três amigos (Zé, “Vinokourov” e o da Camisola Amarela). Nesta altura tínhamos já os carros de apoio dos pais do Tiago, do Luís e do Carlos Aires. Depois de Espinho juntaram-se ainda o do Quim Alheiro, do Né Vieira, do Domingos, o do Viana e o do Diogo, um promissor ciclista juvenil que nos viria a acompanhar na pedalada, da Figueira da Foz até Fátima.
O tempo estava magnífico, sobre o fresquinho até, o que permitiu rolar a uma velocidade considerável, de tal forma que, na paragem para o cafezinho em Estarreja o Né Vieira deu o seu “grito do Ipiranga” para serenar os ânimos e a velocidade voltou ao aceitável. O respeitinho é muito bonito, claro!...
Seguimos, então, em direcção à Figueira da Foz, onde chegamos pouco depois do meio-dia. Não sem que umas inquietantes caimbras viessem a atormentar o nosso amigo Tone mas que, com a minha ajuda e do Né Vieira acabou por superar. E recuperou de tal forma que depois de beber até deitou o bidão fora como um profissional!Paramos no Parque das Merendas junto ao Parque de Campismo da Figueira onde uma refeição ligeira e um pequeno descanso foi retemperador dos 160 km já percorridos.Faltava-nos ainda percorrer os cerca de 75 km restantes e, como se sabe são os mais penosos, pois, além da centena e meia já percorrida, depois de Leiria são cerca de 20 km quase sempre a subir até Fátima!Quando acabo de tomar o meu cafezinho no Mercado, junto à rotunda das Chaves de São Pedro, a minha bicicleta era a única encostada à parede do Edifício. Até cheguei a pensar: Meu Deus!... Roubaram-nos as “burras”!!!...Olho em redor e vejo apenas alguns dos companheiros de percurso, pois, 9 “Chico-espertos” tinham já arrancado para Leiria!Bem, fiquei um pouco mais descansado porque se tal “rapinansozinho” tivesse acontecido, os desgraçados tinham que ir a pé o resto do caminho … e era triste!!!... Mesmo muito chato!!!...Arrancamos, os 13 restantes, aqui já com a companhia do jovem Diogo e mesmo pedalando sempre na ordem dos 30 km/hora, nunca mais os vimos. Ora, num percurso como este, sempre em linha, onde nem o “Corta-etapas” podia aplicar a sua técnica, fiquei sem perceber a estratégia! Enfim…Contudo, à entrada de Leiria, por baixo do viaduto, lá estavam à nossa espera. Do mal, o menos!Aliviadas as bexigas e atestados os bidões arrancamos através da malha urbana em direcção à estrada que nos levaria a Fátima.E aqui, sim, como previsto e aceitável quem teve asas voou!... Ou melhor, quem teve pernas pedalou!...A corda começou a esticar e a distância do primeiro para o último na rotunda de Fátima cifrou-se em cerca de 45 minutos.Embora isto não seja uma corrida há sempre que mencionar e com muita justiça aqueles que se apresentaram no seu melhor:Em primeiro lugar, Domingos Barbosa, que se encontra numa forma magnífica e não é dos mais novos! Logo seguido pelo Diogo, que embora só tenha feito os últimos 75 km, tem apenas 13 anos de idade, pelo que, é de todo meritório o lugar ocupado. E tenho a certeza que este “puto” ainda vai dar que falar. Ou melhor, já dá! E em terceiro lugar Quim Alheiro. Chegaram depois Carlos Aires, Carlos Barbosa, Luís Azevedo e Afonso, etc., etc., etc….Eu cheguei em 19º, o que já não foi mau, tendo em conta a condição física em que me encontro.Fecharam o pelotão Carlos Alberto e Viana.Graças a Deus que tudo correu bem sem furos nem nenhuma queda. O percurso é que devia ter sido feito sempre num pelotão mais compacto e certinho, o que tornaria o esforço de todos menor e permitiria um maior convívio entre nós. Esperemos que para o ano as hostes estejam mais organizadinhas!Tomado o banhinho da ordem e feita a visita ao Santuário, como se impunha, formamos cortejo, agora todos de carrinho, claro, em direcção à Mealhada, onde o merecido repasto nos aguardava. Leitão, meus amigos, Leitãozinho!!!...E ninguém se fez de rogado. Pena foi que o Quim Alheiro, o Diogo, o Sr. Casimiro e os seus três amigos não nos pudessem fazer companhia na árdua tarefa que se nos deparou. Mas nós demos conta do recado, não haja qualquer dúvida!O jantar esteve uma maravilha, num são e agradável convívio onde, com os familiares éramos 36 com os pés debaixo da mesa! Só de lá saindo por volta das 10,00 horas da noite.Resta-me apenas desejar que para o ano tudo corra tão bem ou melhor que este.
Mário Bompastor
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